ARTE MALUNGA 2° ATO – Encontro virtual número 1 – Dia
1° de março de 2021
Na proposta enviada para o Edital dentro da Lei Aldir Blanc, nós
firmamos o compromisso, de além da Exposição Arte Malunga instalada no Mocambo,
produzir 3 LIVES.
Neste encontro do dia 1° de março convidamos duas mulheres artistas:
Analú Maciel e Lisie Alves.
Analuta Koteban é uma mulher negra, mãe, geógrafa e pesquisadora da
dança.
Iniciou sua formação em dança em 2010 e desde então, tem atuado em
oficinas, cursos e apresentações em instituições e espaços públicos e privados.
É uma das fundadoras do Coletivo Mãos Negras (Presidente Prudente) e do
Coletivo Mulheres de Ori (São Paulo), sendo também, idealizadora do projeto
Cultura Lá em Casa.
Atualmente faz parte do Ballet Afro koteban, é produtora e articuladora
social e cultural na Rede Eleko e no Coletivo Mulheres de Orí. “Acredito que a
arte-educação possa ser um dos caminhos para a equidade social e respeito a
diversidade Cultural.”
Nossa conversa foi construída
com as narrativas de nossas experiências como mulheres negras cujo encontro
qualitativo foi ampliado nos meios acadêmicos, pois estivemos por um período as
três estudando na FCT – Unesp de Presidente Prudente, ainda que cada qual com
diferenciadas idades e experiências de vida. O fato de nos assumirmos como
mulheres negras em luta, na militância possibilitou encontrarmos formas de ação
que concretizasse o projeto de nossas ancestrais de podermos sobreviver com
dignidade atuando com artes negras, fato muito importante, que nossas mais
velhas, aqui na diáspora brasileira, quase sempre foram impedidas de realizar.
Já com mais de 80 anos, minha
mãe sonhava com uma Exposição de arte com seus desenhos feitos com giz de cera e
lápis de cor, os únicos materiais que ela criou intimidade ao longo de sua
trajetória. Ao contrário, sua neta Lisie Alves pode ter acesso à tintas de
qualidade, pinceis de variadas texturas e tamanhos e paredes receptivas à
grafitagem, com as devidas autorizações para exercitar suas obras. Este fato
altera em muito as possibilidades de desenvolvimento da assunção da negritude como
fato positivado e ancora o desejo de mudar a sociedade para melhor, enquanto
atua em sua própria subjetividade.
As nossas Mais Novas (Kekeres)
necessitam de um exercício de ser mais. Não significa ser mais que outras, mais
ser mais para a coletividade negra, constituindo uma alteridade com a branquitude,
apesar dela. Então, esta Live foi muito importante para o resgate da história
de 3 mulheres negras em diferentes etapas de suas vidas, ligadas por um
Coletivo, ainda que no momento estes Coletivos estejam atuando, cada qual em
diferentes espaços sociais. O Coletivo Mãos Negras continua atuando em
Presidente Prudente, com atividades on-line e também com atividades práticas,
que auxiliam direta e indiretamente na vida pessoas negras, organizando eventos
que formam pessoas no enfrentamento ao racismo, enquanto promove ações de
geração de renda para malungas e malungos atuantes. No entanto, estas atuações
precisam manter sua historicidade, comemorar quem veio antes e que virá depois
também. Não há militância que se constitua na solidão.
Endereços para maiores
infomações:
Analú Koteban
https://www.facebook.com/mulheresdeori/?ref=page_internal
#mulheresdeori - instagram
Lisie Alves
https://www.instagram.com/apretadovermelho
https://pt-br.facebook.com/angoleirosdosertaopresidenteprudente
Ivonete Alves
http://ivonete-afroarte.blogspot.com
https://www.instagram.com/ivoneteambiente/
https://www.facebook.com/ivonete.alves.547/
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