terça-feira, 22 de março de 2022

 As Bonecas Abayomis no Mocambo Nzinga


Apreciadas por meus olhos no COPENE em Florianópolis, no ano de 2012 eu já tinha ganhado uma de presente, mas não prestei a atenção devida a esta boneca. No COPENE uma quilombola produzia e comercializava as bonecas de nós. Fiquei impressionada com a variedade de cores, com as inúmeras possibilidades de combinações e a rapidez com que ela fazia as bonecas.

Mesmo assim foram alguns anos ainda para que eu me sentisse preparada para aprender a produzir as bonecas Abayomis. Várias histórias acompanhavam a criação da boneca e uma destas versões acabei compartilhando, antes de estudar a polêmica que suas iniciadoras na confecção delas acabaram envolvidas. Lena Martins como iniciadora dexou um legado: "as bonecas pretas Abayomis são para empoderar as mulheres pretas". E foram criadas no Brasil, nos anos 1980.
Assista um pouco desta história:
https://www.youtube.com/watch?v=8SSuiP48dYg

Enquanto fui aprendendo a produzir as boencas Abayomis, eu também avançava na Curadoria de uma Exposição com peças afrocentradas, uma série que chamei de Arte Malunga, que pode vir a ter quantos Atos forem necessários ou desejados Já na "Arte Malunga Primeiro Ato" estava presente com força as Bonecas Abayomis.

Obra: AKilo Roxo - Exus e Pombas-Gira


Foram oito anos de pesquisa, estudos e anotações para conseguir compor uma Exposição com 28 obras produzidas com base nas bonecas Abayomis. Para atingir a meta de produção das quatro mil bonecas Abayomis, que calculei como necessárias para montagem das obras precisei treinar e coordenar o trabalho de outras mulheres pretas.

Este processo todo foi fundamental para colocar na vista das pessoas e nas mãos daquelas que enxergam com as mãos estas Artes Malungas