pimenta rosa
Aroeira
mansa, Aroeira da praia, Pimenta brasileira, Pimenta de sabiá
Àrvore que cresce nas áreas de Mata Atlântica em
todo o Brasil. Pode chegar a 10m de altura, mas é comum encontrar exemplares
menores. Seus frutos são a famosa Pimenta Rosa, hoje presente nos restaurantes
mais conceituados. No Nordeste sua coleta e beneficiamento tem se tornado uma
alternativa econômica para muitas famílias de baixa renda. Em regiões quilombolas
é realizado o extrativismo dos galhos. Depois é realizado as
bolinhas com a pimenta são retiradas dos galhos para comercialização.
Popularmente é muito utilizada para lavar feridas,
para problemas vaginais, como corrimento, inflamações e infecções, inclusive
para tratamentos pós-parto, no controle de hemorragias uterinas. Também é muito
utilizado para problemas urinários e do aparelho respiratório, como gripes e
bronquites.
A planta pode causar processos alérgicos na mucosa
de pessoas sensíveis a seus princípios ativos, por este motivo é sempre recomendado
testar as preparações antes de seu uso interno. Apesar disso, sua utilização,
tanto das folhas quanto da casca do tronco são consideradas seguras nas doses
recomendadas. Mulheres grávidas devem sempre buscar orientação médica.
Se extrato foi testado como anticancerígeno, no
controle do desenvolvimento de linhagens de câncer de mama e apresentou
relevantes resultados. Um de seus princípios ativos testado isoladamente,
(a-pineno) demonstrou excelente resultado no controle do melanoma (Câncer de
pele), levando as células cancerígenas a apoptose. Em outro estudo com células
de câncer da próstata resultado semelhante foi evidenciado com o uso do extrato
de suas folhas.
Seu efeito anti-inlflamatório também foi avaliado e
comprovado. Nos casos de gengivite, a ação do extrato de aroeira foi bastante
eficiente em reduzir a inflamação e o sangramento. Nos casos de estomatite
gengival por conta de prótese dentária, os resultados também foram excelentes.
Como cicatrizante, os extratos das folhas de aroeira
melhoraram muito a cicatrização em casos de cirurgia de bexiga. No caso de
úlceras na boca, os extratos de aroeira vermelha aceleraram a cicatrização de
maneira muito eficiente.
No combate a úlceras, os extrato de Aroeira vermelha mostraram capacidade de
reduzir a acidez estomacal e aumentar o volume de suco gástrico, melhorando a
cicatrização, além de controlar hemorragias estomacais e acelerar a
cicatrização da parede do estômago. Avaliada em comparação com Omeprazol no
tratamento da gastrite, Aroeira Vermelha mostrou os mesmos resultados,
comprovando mais uma vez sua ação benéfica ao estomago.
USO
RELIGIOSO DAS CASCAS, FOLHAS E FRUTOS
Suas propriedades energéticas espirituais estão
diretamente ligadas as questões de purificação e aroeira é uma planta muito utilizada com fins
espirituais, destacando-se pelo seu poder de descarrego. Quando há energias
densas alojadas em seu corpo espiritual, o banho de aroeira pode ajudar a
purificar e renovar suas energias.
Além disso, a aroeira-vermelha possui uma longa
história de uso medicinal na medicina tradicional. Diversas partes da árvore
são utilizadas para a produção de medicamentos naturais, devido às suas
propriedades antibacterianas, anti-inflamatórias, antifúngicas e a Analgésicas.
Base de estudos :descarrego.
Possui poder de limpeza energética profunda
retirando energias negativas, espíritos obssesores, inveja, olho gordo e
feitiçarias.
A aroeira é uma planta muito utilizada com fins
espirituais, especialmente pela umbanda. Entre as finalidades espirituais do
banho de aroeira destaca-se principalmente o seu poder de descarrego.
O Banho de Descarrego com Aroeira tem um propósito
muito específico: curar males provenientes do corpo e restaurar a imunidade.
Quando há energias densas alojadas em seu corpo
espiritual, essa planta pode te ajudar.
Se há uma sensação de que a vida não caminha para
frente, aposte no banho de aroeira. Além da limpeza espiritual, a planta também
realiza uma abertura de caminhos, por isso está presente em banhos de amor e
prosperidade. O banho com as folhas de aroeira pode ser feito sozinho ou junto
com outras ervas, tudo depende da finalidade desejada. Se é um banho potente de
descarrego, por exemplo, é possível fazer junto com o banho de sal grosso. Mas
se é um banho para abertura de caminhos e prosperidade, então é possível fazer
com alecrim, canela, entre outras plantas ligadas à prosperidade.
No Brasil, nos candomblés jeje-nagôs, onde é chamada
ajobí (àjóbi), ajobí oilê (àjóbi oilé) e ajobí pupá (àjóbi pupa), a
aroeira-vermelha é usada nos sacrifícios de animais quadrúpedes em ebós e
sacudimentos, além do emprego medicinal como remédio antirreumático, contra
feridas, inflamações, corrimentos e diarreias. Nestas crenças também é uma
planta associada a orixá Oçânhim, e aos orixás Ogum e Exu. Segundo os mitos do candomblé,
pela manhã é atribuída a Ogum, e pela tarde a Exu, bem como é utilizada na
vestimenta de Oçânhim.
Eu conheci a aroeira como uma árvore de Nanã. lá no município de Cacheira na Bahia. Isto significa que existe a tradição criada em cada casa de matriz africana, além de tradições que se complementam quando há junções ou troca de saberes entre uma casa e outra.
Criei uma fórmula de tempero, onde a pimenta rosa tem uma participação interessante. Os outros ingredentes são: sal marinho integral, urucum (extraído das sementes por mim), açafrão, orégan, pimenta do reino da minha amiga Madalena e coentro. Nas últimas formulações acrescentei pó de moringa oleífera e também erva baleeira desidratada em pó.
Assim, este tempero produz um efeito muito benéfico para a saúde, além de transformar pratos veganos em comida vibrante de sabor, facilitando o gosto das pessoas que apreciam o sabor africano nos alimentos: intenso e marcante. Vim de uma família de cozinheiras célebres e o sabor na comida sempre foi muito importante. Ao deixar de comer carne e peixes o desafio foi alimentar o paladar com comidas de excelência, sem o uso de carnes e peixes, além de necessitar da complementação alimentar que tanto a erva baleeira como a moringa oleífera promovem.
CARATERIZAÇÃO
TÉCNICA DA PLANTA
Engº Florestal: Paulo Hernani Carvalho - EMBRAPA
De acordo com o Sistema de Classificação de Cronquist,
a taxonomia de Schinus terebinthifolius obedece
à seguinte hierarquia:
Divisão: Magnoliophyta (Angiospermae)
Classe: Magnoliopsida (Dicotiledonae)
Ordem: Sapindales
Família: Anacardiaceae
Espécie: Schinus terebinthifolius Raddi; Mem.
Soc. Ital. Sci., 18: 399, 1820.
Sinonímia botânica: Schinus aroeira Vellozo; Schinus
terebinthifolius Raddi var. acutifolia
Engler; Schinus terebinthifolius var. pohlianus Engl.;
Schinus terebinthifolius Raddi var. rhoifolia (Martius) Engler.
Nomes populares: abacaíba; aguaraíba; araguaraíba, no Estado de São Paulo; aroeira; aroeira-braba
e aroeira-precoce, no Rio Grande do Sul; aroeira-branca, aroeira-comum,
aroeira-legítima, aroeira-de-remédio e aroeira-do-brejo, na Bahia; aroeira-corneíba;
aroeira-mansa, em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Estado
de São Paulo; aroeira-negra; aroeira-pimenteira, em Minas Gerais, no Rio de
Janeiro e no Estado de São Paulo; aroeira-preta, no Rio Grande do Sul e no
Estado de São Paulo; aroeira-rasteira; aroeira-da-praia, em Alagoas, em Pernambuco,
no Estado do Rio de Janeiro e em Sergipe; aroeira-de-minas; aroeira-de-sabiá; aroeira-do-campo,
no Estado do Rio de Janeiro, em Santa Catarina e no Estado de São Paulo; aroeira-do-paraná;
aroeira-do-sertão, no Ceará, na Bahia e em Pernambuco; aroeirinha, em Minas Gerais
e no Estado de São Paulo; aroeirinha-do-campo; árvore-da-pimenta; arundeuva;
bálsamo; cabuí; cambuí; coração-de-bugre;
coraciba; corneíba; fruta-de-cutia; fruta-de-sabiá; fruto-de-raposa, em Minas
Gerais; fruto-de-sabiá; jejuíra; lentisco; pimenteira-do-peru.
Etimologia: Schinus vem de Schinos, nome usado pelos
antigos gregos para a árvore do mástique. Pistacia lentiscus é também da
família das anacardiáceas. A resina de algumas espécies de Schinus se assemelha
ao mástique.
Por sua vez, o termo schinos provém do verbo grego
schizein, que significa “cortar, fazer incisão”, por causa do corte que se faz
na casca para fluir a resina. O termo terebinthifolius vem do latim (folia),
porque as folhas assemelham-se às espécies do gênero Terebinthus P. Miller, da
família das anacardiáceas (Fleig, 1989).
Semente:
reniforme e única por fruto. O envoltório é liso, de coloração amarelo-clara,
sendo que a região da calaza e rafe assume uma coloração
marrom-escura (Carmelo-Guerreiro & Paoli, 1995), com um funículo fibroso
aderido ao tegumento de polpa oleosa. A micrópila não é visível e o endosperma
é ausente.
Descrição
Forma
biológica: de arbusto a árvore perenifólia, de porte variado.
Comumente com 2 a 10 m de altura e 10 a 30 cm de DAP, podendo atingir até 15 m
de altura e 60 cm de DAP, na idade adulta.
Tronco:
reto a tortuoso, inclinado e curto. Fuste de até 11 m de comprimento na
floresta. Ramificação: dicotômica, cimosa. Copa baixa, densifoliada a
irregular, arredondada, densa e larga quando isolada.
Casca:
com espessura de até 15 mm. A casca externa é cinza-escura e muitas vezes
preta, áspera, sulcada, escamosa, desprendendo-se em placas irregulares. A
casca interna é avermelhada, com textura fibrosa. Tem odor característico, com exsudação
de terebintina (Ivanchechen, 1988).
Folhas:
compostas imparipinadas, muito variáveis, alternas, com 9 a 11 folíolos. Os
folíolos são sésseis, membranáceos, glabros, verdes a verde-escuros, oblongos a
lanceolados, de ápice agudo e base
obtusa, com margem serreada a lisa. As primeiras folhas são trifolioladas. Apresentam,
como característica principal para identificação,
a ráquis com ala estreita entre os pares de folíolos. Os brotos jovens são
avermelhados. Flores: branco-amareladas a branco-esverdeadas, pequenas,
numerosas, actinomorfas, reunidas em panículas axilares ou terminais, densas, multifloras,
de 4 a 10 cm de comprimento, que surgem nos ramos (do ano). Fruto: drupáceo, globoso, pequeno, com
4 a 5,5 mm de diâmetro, levemente achatado no comprimento. O pericarpo é
constituído por exocarpo friável, brilhante, semitransparente, de coloração vermelho-viva
a purpúrea ou rosa forte, quando maduro, mesocarpo com grandes cavidades secretoras
e endocarpo lignificado e pétreo (Kuniyoshi, 1983; Carmelo-Guerreiro &
Paoli, 1995). O endocarpo contém óleo e, à semelhança do mesocarpo, quando
macerado, exala um odor de fruto de manga imaturo (Kuniyoshi, 1983).
Frutificação: os frutos amadurecem de janeiro a fevereiro,
no Estado do Rio de Janeiro; de janeiro a maio, no Paraná; em março, no
Espírito Santo; de março a outubro, no Estado de São Paulo; de maio a junho, no
Rio Grande do Sul e em julho, em Sergipe.
Os frutos persistem por um longo tempo na planta;
ademais, há uma grande variação entre as
árvores, sendo impossível precisar épocas de floração
e de frutificação. O processo reprodutivo inicia, precocemente, a partir do
primeiro ano de idade, em plantio.
Dispersão de frutos e sementes: espécie amplamente
disseminada por zoocoria, principalmente por aves. Todavia, Kuniyoshi (1983)
observou mirmecoria (formigas) no chão.
Sementes
Colheita e beneficiamento: os frutos da aroeira-pimenteira
devem ser colhidos quando
passam da coloração verde para róseo-vermelho-viva. A
extração das sementes se faz por maceração dos frutos. Para remover a casca,
lavar em água corrente.
Após a extração, as sementes devem ser postas em
peneiras e secas em ambiente ventilado.
Número de sementes por quilo: 31 mil (Jesus &
Rodrigues, 1991) a 42 mil (Durigan et al.,
1997).
Tratamento para superação da dormência: não
apresentam dormência.
Longevidade e armazenamento: as sementes de
aroeira-pimenteira apresentam comportamento não recalcitrante em relação ao
armazenamento, podendo ser submetidas a processo de secagem, desde que as
temperaturas utilizadas não sejam superiores a 40ºC (Barbosa et al., 1998). Sementes
dessa espécie, com 7,8% de umidade, podem ser armazenadas em condições de
câmara seca (14ºC ± 1ºC e 38ºC ± 2% UR), quando
embaladas em sacos de papel kraft permeável, por 360
dias, com perda de germinação em torno de 23% (Medeiros & Zanon, 1998a). Entretanto,
as condições de câmara fria (4ºC ± 1ºC e 84ºC ± 2% UR), associadas com a embalagem
de saco de plástico, não devem ser descartadas, porque podem ser utilizadas na conservação
das sementes por até 180 dias, com perdas em torno de 33%, em relação à germinação
inicial.
Germinação em laboratório: as sementes dessa espécie
germinam tanto na luz como no escuro, sendo promovidas pela luz (Sardenberg
& Lucas, 1991). A temperatura ótima está entre 25ºC e 30ºC.
Referências
PAULO ERNANI RAMALHO CARVALHO – EMBRAPA –
Possui graduação em Curso de Engenharia Florestal
pela Universidade Federal do Paraná(1971), mestrado em Engenharia Florestal
pela Universidade Federal do Paraná(1978) e doutorado em Engenharia Florestal
pela Universidade Federal do Paraná(1996). Atualmente é Pesquisador III da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Tem experiência na área de
Recursos Florestais e Engenharia Florestal, com ênfase em Silvicultura. Atuando
principalmente nos seguintes temas: Silvicultura, Espécies florestais, Cabralea
canjerana, Calophyllum brasiliense, Centrolobium robustum e Fisiologia vegetal.
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