FORA
PANDEMIA DE GENTE RUIM!
Queremos sair da escravização
Teremos Palmares, Palmares de novo
Com raça, negritude
Palmares do povo!
Queremos nossos meninos
Brincando a liberdade
Sem ter que morrer por ela.
Desejamos tudo que por séculos lutamos
Mas sem tanta dor, sem tanta luta
Sem nenhum luto!
Aquele cheiro de alecrim do forno
Aquela brisa intensificada pelas folhas de chás
Aquele cheiroso odor de terra
No alto ou no pé da Serra.
São loucos quase todos os homens negros
Sobreviventes das mães pretas em seus partos
Sobreviventes de pagar os patos
Dos repastos proibidos ao seu paladar
Sobreviventes de tantos holocaustos!
São loucos os jovens negros
Que cheios de tantos enquadramentos
Descontam sua dor abandonando as crias
Treinados por séculos como reprodutores
Não querem, não aprendem a chorar suas dores
As sinapses cegas de seus cérebros aviltados
Confundem opressão com sankofar
“Oh menino! Me dê cá a sua mão!??
“Cala a boca velha, se chegar mais perto, eu vou te
matar!!!”
Matam tantos sonhos de carinho
Correm loucos pra longe do ninho
Voltam tontos, drogados, bêbados
Espezinhados e cheios de espinhos!
Quebrar o círculo vicioso
Deste racismo imposto, danoso
Necessita princípios, trabalho duro
Junção de sabedoria, recursos, política
Estratégias... algumas tanchagens
Remédios para o corpo, para o espírito limpar
Toda energia deletéria
De uma Terra Onilé agredida por tanta brancura
É feio, terrível acalentar a feiúra!
“Gente é pra brilhar!!!”
Em casos assim, só a morte do algoz pode
Trazer a cura!!!
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