segunda-feira, 26 de julho de 2010

O pensador, uma inspiração vinda de Angola da etnia Tchokué



Originário da região de Moxico. 
A peça foi inspirada em um dos símbolos nacionais de Angola - O Pensador, outrora chamado Ekwiki II, por se tratar da imagem deste Rei,encontrado morto debaixo de uma árvore com a referida posição.
Algumas etnias do continente africano mumificavam as pessoas mais importantes do grupo. Por serem nômades tinham que transportá-los e o processo de mumificação com fogo exigia a amarração do morto, ficando semelhante a esta figura de "O Pensador".

segunda-feira, 12 de julho de 2010

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Ibo ou Igbo: Nigéria.

As duas máscaras são inspiradas na mesma etnia, porém o efeito visual que provoca na gente é muito diverso.
A máscara com atributos mais agressivos é do ritual Mgbedike, para um teste de força e bravura. 

Teke: RDC e Gabão

A variedade  de produção das máscaras desse povo é impressionante.Trabalham maravilhosamente com as figuras geométricas, produzindo máscaras chapadas com muita variedade de cores. Algumas são levemente abauladas nas bordas. Há também figuras humanas e de animais esculpidas na madeira.
A minha foi produzida com papel machê misturado com cascas de cebola. A pintura foi realizada com tinta a óleo diretamente sobre a massa de papel seca e formatada. Usei algumas contas naturais.

O flautista Baga (Guiné e Guiné Bissau_Pisei na Africa como quem retorna e não como quem chega. Paulo Freire em Cartas à Guiné Bissau)

O nariz do músico para servir como um alto falante. Como saber o que pensou o escultor da peça original? Por que um umbigo tão projetado para fora?
Fascinante  e intrigante o design da peça. 

Makonde: Muti Wa Lipiko.(Moçambique e Tanzânia)

A cerimônia Muti Wa Lipiko é vivenciada tanto por meninos, quanto por meninas da etnia Makonde. As pessoas mais velhas ainda trazem na face as escarificações produzidas na própria pele. As máscaras originais sempre possuem cabelo humano colado no alto da cabeça. 
Ao produzir minha máscara Muti Wa Lipiko tive muitos problemas com o papel machê. As partes da máscara se despreendiam e foi preciso um longo processo de secagem para encontrar esta forma final, ainda aquém das originais africanas esculpidas na madeira.

Yorubá: fonte de muita inspiração.

Velho Yorubá: escarificações na face é sinal de coragem e prova que é capaz de suportar a dor!
O penteado ilustra a secularidade do uso de dreads nos cabelos, produzindo penteados compactos, usados tanto por mulheres como por homens.

Olha a vaca! A inspiração vem da Ilha de Bijago na Guiné-Bissau

  
Foi um desafio produzir essa peça em papel machê. Usei pequenas bolotas de papel já seco para poder modelar o entorno da cabeça, fazendo chifres e orelhas separadamente. Substituí as fibras naturais pelo crochê em barbante.
As peças Bijago ( também conhecidos como Anaki, Bidjogo, Bissago) são muito varidadas, produzindo tanto figuras humanas, como representações de animais.
Os chifres, em geral, representam força e coragem, muito diferente da imagem satânica incorporada por parcela das religiões cristãs.

Obá? Reino de Benin ( a original data do século 15 ou 16)

A estatueta original foi esculpida em marfim. Com o passar do anos, o marfim escurece até ficar dourado.
As mãos espalmadas da peça fazem parte de uma cerimômia para afastar os males de dentro da casa. Neste caso, o próprio Obá (Rei) foi representado na cerimônia, vestido com roupas feitas com placas de bronze.

Boa (República Democrática do Congo) - formas arredondadas e grandes orelhas produzem máscaras muito características!

As originais possuem orelhas bem circulares, algumas com faces também circularares ou ablongas como esta minha produção em papel machê.

Ashanti: Povo guerreiro do atual Gana; resistiu por mais de 100 anos à invasão dos europeus.

Esta bonequinha é carregada nas costas, amarrada com um pano. As crianças adoram  modelar em papel machê, formas arredondadas que lembram um biscoito desenhado com massa.

Peça de inspiração Bambara (Mali).


A população Bambara (Bamana ou Banmana) forma o maior grupo étnico no Mali.Vivem em região de savana seca, nas duas partes do Rio Níger, ocupando a maior parte do oeste e sul do Mali atual.
A secura da terra só permite uma economia de subsistência, produzindo com muitas dificuldades milho, milheto, sorgo, arroz e feijão.
As suas tradições incluem seis sociedade, cada uma com seus próprios tipos de máscaras.
A iniciação para os homens tem duração de sete anos e termina com sua morte e seu renascimento simbólico. Quase todos os homens Bambara tiveram que passar por essas cerimônias, até chegar no mais alto grau e atingido um amplo conhecimento das tradições ancestrais.
a maioria da polulação do Mali é mulçumana, mas de seguidores com muitas peculiaridades. Na África a religião mulçumana foi transformada e vigora com mais ou menos vigor na obediências às leis religiosas.
Por isso a arte mítica (segundo nossa ótica ocidental) ainda floresce como patrimônio das nações.

Onilé: a filha mais importante de Olodumaré! Orixá da Terra, Mãe-Terra!


A minha Onilé foi confeccionada em papel-machê e pintada com terras de Presidente Prudente, Morro Agudo, São Paulo e Cotia. A terra branca é uma argila rara, encontrana no sub-solo da região do Jabaquara, próximo ao Zoológico. Também usei pó de café na pintura. Os cabelos foram feitos com contas naturais, barbante tingido com sumo da bananeira e café.





Onilé, a Dona da Terra, representa nosso planeta como um todo, o mundo em que vivemos. O mito de Onilé é encontrado em vários poemas do oráculo de Ifá, estando vivo ainda hoje, no Brasil, na memória de seguidores do candomblé iniciados há muitas décadas
 Assim a mitologia dos orixás nos conta como Onilé ganhou o governo do planeta Terra:
Onilé era a filha mais recatada e discreta de Olodumaré.
Vivia trancada na casa do pai e quase ninguém a via e nem sabia de sua existência.
Quando os orixás, seus irmãos e irmãs se reuniam no palácio do grande pai para as grandes audiências em que Olodumaré comunicava suas decisões, Onilé fazia um buraco no chão e se escondia, pois sabia que as reuniões sempre terminavam em festa, com muita música e dança ao ritmo dos atabaques. Onilé não se sentia bem no meio dos outros.
Um dia, o grande Deus mandou os seus arautos avisarem: haveria uma grande reunião no palácio e os orixás deviam comparecer ricamente vestidos, pois ele iria distribuir entre os filhos as riquezas do mundo e depois haveria muita comida, música e dança.
Por todos os cantos da Terra, os mensageiros gritaram esta ordem e todos se prepararam com esmero para o grande acontecimento.
Quando chegou por fim o grande dia, cada orixá dirigiu-se ao palácio na maior ostentação, cada um mais belamente vestido que o outro, pois este era o desejo de Olodumaré.
Iemanjá chegou vestida com a espuma do mar, em contraste com sua pele negra e brilhante, os braços ornados de pulseiras de algas marinhas, a cabeça cingida por um diadema de corais e pérolas, o pescoço emoldurado por uma cascata de madrepérola.
Oxóssi escolheu uma túnica de ramos macios, enfeitada de peles e plumas dos mais exóticos animais.
Ossaim vestiu-se com um manto de folhas perfumadas.
Ogum preferiu uma couraça de aço brilhante, enfeitada com tenras folhas de palmeira.
Oxum escolheu cobrir-se de ouro, trazendo nos cabelos as águas verdes dos rios.
As roupas de Oxumarê mostravam todas as cores, trazendo nas mãos os pingos frescos da chuva.
Oiya escolheu para vestir-se um sibilante vento e adornou os cabelos com raios que colheu da tempestade.
Xangô não fez por menos e cobriu-se com o trovão, com raios multicores espalhados pelo corpo.
Oxalá trazia o corpo envolto em fibras alvíssimas de algodão e a testa ostentando uma nobre pena vermelha de papagaio. E assim por diante.
Não houve quem não usasse toda a criatividade para apresentar-se ao grande pai com a roupa mais bonita. Nunca se vira antes tanta ostentação, tanta beleza, tanto luxo.
Cada orixá que chegava ao palácio de Olodumaré provocava um clamor de admiração, que se ouvia por todas as terras existentes.
Os orixás encantaram o mundo com suas vestes.
Menos Onilé.
Onilé não se preocupou em vestir-se bem.
Onilé não se interessou por nada.
Onilé não se mostrou para ninguém.
Onilé recolheu-se a uma funda cova que cavou no chão.
Quando todos os orixás haviam chegado, Olodumaré mandou que fossem acomodados confortavelmente, sentados em esteiras dispostas ao redor do trono.
Ele disse então à assembléia que todos eram bem-vindos.
Que todos os filhos haviam cumprido seu desejo e que estavam tão bonitos que ele não saberia escolher entre eles qual seria o mais vistoso e belo.
Tinha todas as riquezas do mundo para dar a eles, mas nem sabia como começar a distribuição.
Então Olodumaré disse que os próprios filhos, ao escolherem o que achavam o melhor da natureza, para com aquela riqueza se apresentar perante o pai, eles mesmos já tinham feito a divisão do mundo.
Então Iemanjá ficava com o mar, Oxum com o ouro e os rios.
A Oxóssi deu as matas e todos os seus bichos, reservando as folhas para Ossaim.
Deu a Iansã o raio e a Xangô o trovão.
Fez Oxalá dono de tudo que é  puro, de tudo que é o princípio: deu-lhe a criação. Destinou a Oxumarê o arco-íris e a chuva.
A Ogum deu o ferro e tudo o que se faz com ele, inclusive a guerra.
E assim por diante.
Deu a cada orixá um pedaço do mundo, uma parte da natureza, um governo particular.
Dividiu de acordo com o gosto de cada um.
E disse que a partir de então cada um seria o dono e governador daquela parte da natureza.
Assim, sempre que um humano tivesse alguma necessidade relacionada com uma daquelas partes da natureza, deveria pagar uma prenda ao orixá que a possuísse.
Pagaria em oferendas de comida, bebida ou outra coisa que fosse da predileção do orixá.
Os orixás, que tudo ouviram em silêncio, começaram a gritar e a dançar de alegria, fazendo um grande alarido na corte.
Olodumaré pediu silêncio, ainda não havia terminado.
Disse que faltava ainda a mais importante das atribuições.
Que era preciso dar a um dos filhos o governo da Terra, o mundo no qual os humanos viviam e onde produziam as comidas, bebidas e tudo o mais que deveriam ofertar aos orixás.
Disse que dava a Terra a quem se vestia da própria Terra. Quem seria? perguntavam-se todos?
"Onilé", respondeu Olodumaré.
"Onilé?" todos se espantaram.
Como, se ela nem sequer viera à grande reunião?
Nenhum dos presentes a vira até então.
Nenhum sequer notara sua ausência.
"Pois Onilé está entre nós", disse Olodumaré e mandou que todos olhassem no fundo da cova, onde se abrigava, vestida de terra, a discreta e recatada filha.
Ali estava Onilé, em sua roupa de terra.
Onilé, a que também foi chamada de Ilê, a Casa, o Planeta.
Olodumaré disse que cada um que habitava a Terra pagasse tributo a Onilé, pois ela era a Mãe de todos, o Abrigo, a Aasa.
A humanidade não sobreviveria sem Onilé.
Afinal, onde ficava cada uma das riquezas que Olodumaré partilhara com os orixás?
"Tudo está na Terra", disse Olodumaré.
"O mar e os rios, o ferro e o ouro, os animais e as plantas, tudo", continuou.
"Até mesmo o ar e o vento, a chuva e o arco-íris, tudo existe porque a Terra existe, assim como as coisas criadas para controlar os homens e os outros seres vivos que habitam o planeta, como a vida, a saúde, a doença e mesmo a morte".
Pois então, que cada um pagasse tributo a Onilé, foi a sentença final de Olodumaré.
Onilé, orixá da Terra, receberia mais presentes que os outros, pois deveria ter oferendas dos vivos e dos mortos, pois na Terra também repousam os corpos dos que já não vivem. Onilé, também chamada Aiê, a Terra, deveria ser referenciada sempre, para que o mundo dos humanos nunca fosse destruído.
Todos os presentes aplaudiram as palavras de Olodumaré.
Todos os orixás aclamaram Onilé.
Toda a  humanidade deve reverenciar  a mãe Terra.
E então Olodumaré retirou-se do mundo para sempre e deixou o governo de tudo por conta de seus filhos orixás.
Cultuada discretamente em terreiros antigos da Bahia e em candomblés africanizados, a Mãe Terra desperta curiosidade e interesse entre os seguidores dos orixás, sobretudo entre aqueles que compõem os seguimentos mais intelectualizados da religião.
Onilé é assentada num montículo de terra vermelha e acredita-se que guarda o planeta e tudo que há sobre ele, protegendo o mundo em que vivemos e possibilitando a própria vida.
Na África, também é chamada Aiê e Ilê, recebendo em sacrifício galinhas, caracóis e tartarugas (Abimbola, 1977: 111).
Onilé, isto é, a Terra, tem muitos inimigos que a exploram e podem destruí-la. Para muitos seguidores da religião dos orixás, interessados em recuperar a relação orixá-natureza, o culto de Onilé representaria, assim, a preocupação com a preservação da própria humanidade e de tudo que há em seu mundo.
Adaptado por Lokeni Ifatolà, com revisão de Ivonete Alves (texto original em: http://orixas.com.br/matrizafro/index.php?option=com_content&task=view&id=21&Itemid=50 )  

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Peça de inspiração Songie Kifwebe.

As peças míticas dessa etnia recebiam também uma parte em fibras vegetais. 

Variedades de peças de inspiração Fang. Lembra de Jornada nas estrelas?

Preste atenção na peça o centro. Não lembra um personagem de Jornada nas Estrelas?
Os chineses processaram os norte- americanos quando tentaram usar seus símbolos sagrados no cinema. Se as populações africanas fossem imputar processos a tantos usos das imagens míticas africanas, o mundo todo teria que se curvar ã riqueza cultural do continente.

Boneca de inspiração Zulu, com um toque do Bob Marley


Esta boneca traz a lembrança de alguns penteados feitos pelas mamas africanas desta etnia da África do Sul.
Adaptei a touca, fazendo-na em crochê (mais próximo de nosso cotidiano que os produtos dos teares africanos).

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Máscara de inspiração Lwena

Os cabelos foram feitos com cordas...

A Deusa Attie (Costa do Marfim) foi inspiração para a estatueta doada à Fundação Cultural Palmares

Para construir esta estatueta foi preciso pensar nas etapas de secagem do papel machê. O processo inicial foi de modelagem. Após uma secagem parcial fui esculpindo a peça para fazer os detalhes do penteado, mãos e pés.

Papel machê: papel (jornal, revistas, embalagens de ovos, papelão, etc) com água no molho por 2 dias. Amassar bem ou bater no liquidificador, espremer a água e misturar com uma cola.


Quando precisamos fazer muita massa pisamos para render mais. 



A massa pronta permite a confecção das mais variadas peças. Quem ainda não possui muita habilidade pode usar uma telha como suporte para aprender a conhecer o material.

Máscara produzida pelas crianças do coletivo Nzinga AfroBrasil, Arte, Educação, Cultura sob minha coordenação: 1,40mX0,90m

Esta máscara teve como inspiração as peças comercializadas na Feira de Futungo, em Angola.
Estávamos no início de nosso trabalho  com as crianças (200(9) e a construção da máscara envolveu 35 crianças e 4 pessoas adultas. 
Todo o papel machê utilizado veio de massa produzida a mão, reutilizando a água que saia do processo anterior. 

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Estatueta originalmente feita em bronze, com escarificações na pele, é símbolo da realeza de Benin.

Conhecedores da fundição dos metais, cultuados por reis e rainhas africanas, os artistas do Benin criam peças fantásticas desde a antiguidade.
Na massa de papel usei betume e massa corrida para desenhar na face as marcas da coragem, que na pele negra imprimia o rito de passagem.
Pelos sulcos da pele escorria o sangue... Agora, as escarificações nos contam sobre a história de povos corajosos e com muita coisa para ensinar.

Máscara inspirada na original Ukelle (Ogoja) da Nigéria e Camarões; com elementos naturais: cabelos, dentes humanos, caninos e ossos de uma cachorra muito querida...

O uso elementos naturais sempre esteve presente nas história dos povos. Mas já reparou que só o nosso povo preto é que recebe o rótulo de   "macumbeiro"?.
 Nesta máscara usei papel machê, contas naturais e de plástico e cestaria de jornal. Os dreads foram feitos com papel machê.
A original era toda esculpida na madeira.

Máscaras de inspiração Bacongo: o branco representa a doença, a morte e os espíritos... Este cachorro de duas cabeças é para um ritual de limpeza. Cada prego uma doença ou um dor imensa!

 
(1) Máscara ritualística, originalmente construída em madeira, pregos de latão e tintura. A minha fiz com papel machê, contas de plástico e muito tempo no sol para secá-la bem.
(2) Figura de encantamentos, Nkisi Nkondi pode ser usada por um especialista curandeiro. O Kožo de duas cabeças representa uma caça de cães que circulam entre os dois mundos: o visível e o invísivel.
o ritual de purificação inclui percurssão e dança. Algumas peças datam de séculos anteriores, com pregos forjados a mão, batidos vigorosamentes pelas mãos dos mestres ferreiros.

Bonequinha inspirada nas mulheres mulçumanas

Como é para as crianças compreender uma cultura tão diferente da dela? Como aprender a respeitar o que parece tão distante de sua realidade? A bonequinha inicia o diálogo, desperta muita curiosidade, inclusive da gatinha.

Garrafinha PET, jornal, revista, tecidos, contas coloridas para confeccionar as bonequinhas étnicas...

A base para construir as bonequinhas vem de despojos.As peças podem ser feitas com as crianças. 
Em Cambuci oferecemos cursos de bonecas étnicas, onde há participação de meninos e meninas. Afinal, bom pai, bom tio, bom amigo ajuda a cuidar de crianças e pode aprender muito sobre a responsabilidade do cuidado com as crianças brincando de bonecas.

Bonequinha inspirada na etnia Zulu - África do Sul

Afeta os corações das crianças e das pessoas adultas também. Trabalhar com História da África usando as bonequinhas desperta nas crianças a sensibilidade para o diferente.
Em algumas experiências, as bonequinhas ajudaram a desvelar preconceitos. Daí é conversar: fazer perguntas, prestar atenção nas respostas e estudar com afinco, de preferência juntos com as crianças. 

O poder da mulher negra Yorubá! Ao poder de todas as mulheres negras

Esta máscara foi inspirada na Sociedade Gueledés: poderosas mulheres negras entre os Yorubás. Os homens da etnia é que dançam com máscaras que chegam a pesar 80 quilos sobre a cabeça.

Criatura da Terra, Criatura marinha: Malize e a figura Baga (Guiné e Guiné-Bissau)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

máscara de ispiração Ekbo Ekoi - Nigéria e Camarões;


Esta máscara foi construída com papel machê. As originais africanas são produzidas em madeira.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Arte afrobrasileira

A diáspora africana e sua arte mítica

Máscaras ritualísticas...
Lembra aquela cor que só a terra e o tempo possuem!
Ela ganhou vida e cores! 
Aparece na minha existência e eu quero compartilhar este sentimento de pertencimento com as pessoas da minha época.
Esta África que você retrata não existe mais, dizem alguns!
Sabe, esta imagem, Picasso já usou. Ele fez tudo que podia!
E minha alma ancestral sussurra que não: é preciso por  as mãos na massa e transformar em realidade meu passado mítico.
De madrugada, quando os beija-flores dormem, o silêncio impulsiona minhas mãos e eu descubro o quanto fomos negados.

Posso modelar esta face. Olhe, como se parece com a pessoa que vejo no espelho. Suas escarificações profundas nas faces me contam da história e eu mergulho cada vez mais na espera, para parir a paciência, enquanto seca o papel-machê.
Já não me pergunto mais se posso imprimir em material tão moderno, o que as pessoas minhas irmãs; artistas de mãos tão hábeis
e negras e calejadas
e cheirando a ébano, imprimiram na madeira...
eu posso fazer no papel.
o quê?
- fez com sucata.
O quê...
Fez no tecido?
O quê?
Fez em seus escritos.

Elas tinham madeira, mas nós artistas desta terra abençoada, na nossa condição de lutar pela nossa libertação temos papel...

Temos materiais frutos dos despojos desta sociedade que capitaliza, que monopoliza, que menospreza, quase nos despreza e nos avilta...porém nos furta a criatividade e diz que é dela, com ares de sabedoria, meio riso condescendente... Ah!!!

Com seus vácuos, suas recusas e me acusa:
- Você, o que usa?
Papier-machê...  de tão bela, fico me perguntando: quantas mãos fizeram o que faço?
Como pude imprimir no espaço esta peça que recupera meu passado mítico: Eu existo, explodo de arte e compartilho nosso passado em comum, me perguntando, ora com raiva, ora exultante: Por quê me esconderam tanta beleza, tantas belas obras que finalmente sou capaz de recuperar.
A cada modelagem recebo minha história como um presente que sou capaz me dar e a pergunta  ribomba por dentro:
Minha África Mãe, estou te encontrando? Minha África Mãe, estou te respeitando? Me responda?

Minhas mãos respondem em frenéticos movimentos. Preciso  modelar aquele contorno, a face, as curvas das orelhas, os dedos dos pés, retorno ao rosto. Revivo, me movo ao encontro de  mim. E agora na hora de compartilhar, cá está: toque, cheire, apalpe, corra os dedos pelas peças, abrace se quiser!