sexta-feira, 2 de julho de 2010

Obá? Reino de Benin ( a original data do século 15 ou 16)

A estatueta original foi esculpida em marfim. Com o passar do anos, o marfim escurece até ficar dourado.
As mãos espalmadas da peça fazem parte de uma cerimômia para afastar os males de dentro da casa. Neste caso, o próprio Obá (Rei) foi representado na cerimônia, vestido com roupas feitas com placas de bronze.

Boa (República Democrática do Congo) - formas arredondadas e grandes orelhas produzem máscaras muito características!

As originais possuem orelhas bem circulares, algumas com faces também circularares ou ablongas como esta minha produção em papel machê.

Ashanti: Povo guerreiro do atual Gana; resistiu por mais de 100 anos à invasão dos europeus.

Esta bonequinha é carregada nas costas, amarrada com um pano. As crianças adoram  modelar em papel machê, formas arredondadas que lembram um biscoito desenhado com massa.

Peça de inspiração Bambara (Mali).


A população Bambara (Bamana ou Banmana) forma o maior grupo étnico no Mali.Vivem em região de savana seca, nas duas partes do Rio Níger, ocupando a maior parte do oeste e sul do Mali atual.
A secura da terra só permite uma economia de subsistência, produzindo com muitas dificuldades milho, milheto, sorgo, arroz e feijão.
As suas tradições incluem seis sociedade, cada uma com seus próprios tipos de máscaras.
A iniciação para os homens tem duração de sete anos e termina com sua morte e seu renascimento simbólico. Quase todos os homens Bambara tiveram que passar por essas cerimônias, até chegar no mais alto grau e atingido um amplo conhecimento das tradições ancestrais.
a maioria da polulação do Mali é mulçumana, mas de seguidores com muitas peculiaridades. Na África a religião mulçumana foi transformada e vigora com mais ou menos vigor na obediências às leis religiosas.
Por isso a arte mítica (segundo nossa ótica ocidental) ainda floresce como patrimônio das nações.

Onilé: a filha mais importante de Olodumaré! Orixá da Terra, Mãe-Terra!


A minha Onilé foi confeccionada em papel-machê e pintada com terras de Presidente Prudente, Morro Agudo, São Paulo e Cotia. A terra branca é uma argila rara, encontrana no sub-solo da região do Jabaquara, próximo ao Zoológico. Também usei pó de café na pintura. Os cabelos foram feitos com contas naturais, barbante tingido com sumo da bananeira e café.





Onilé, a Dona da Terra, representa nosso planeta como um todo, o mundo em que vivemos. O mito de Onilé é encontrado em vários poemas do oráculo de Ifá, estando vivo ainda hoje, no Brasil, na memória de seguidores do candomblé iniciados há muitas décadas
 Assim a mitologia dos orixás nos conta como Onilé ganhou o governo do planeta Terra:
Onilé era a filha mais recatada e discreta de Olodumaré.
Vivia trancada na casa do pai e quase ninguém a via e nem sabia de sua existência.
Quando os orixás, seus irmãos e irmãs se reuniam no palácio do grande pai para as grandes audiências em que Olodumaré comunicava suas decisões, Onilé fazia um buraco no chão e se escondia, pois sabia que as reuniões sempre terminavam em festa, com muita música e dança ao ritmo dos atabaques. Onilé não se sentia bem no meio dos outros.
Um dia, o grande Deus mandou os seus arautos avisarem: haveria uma grande reunião no palácio e os orixás deviam comparecer ricamente vestidos, pois ele iria distribuir entre os filhos as riquezas do mundo e depois haveria muita comida, música e dança.
Por todos os cantos da Terra, os mensageiros gritaram esta ordem e todos se prepararam com esmero para o grande acontecimento.
Quando chegou por fim o grande dia, cada orixá dirigiu-se ao palácio na maior ostentação, cada um mais belamente vestido que o outro, pois este era o desejo de Olodumaré.
Iemanjá chegou vestida com a espuma do mar, em contraste com sua pele negra e brilhante, os braços ornados de pulseiras de algas marinhas, a cabeça cingida por um diadema de corais e pérolas, o pescoço emoldurado por uma cascata de madrepérola.
Oxóssi escolheu uma túnica de ramos macios, enfeitada de peles e plumas dos mais exóticos animais.
Ossaim vestiu-se com um manto de folhas perfumadas.
Ogum preferiu uma couraça de aço brilhante, enfeitada com tenras folhas de palmeira.
Oxum escolheu cobrir-se de ouro, trazendo nos cabelos as águas verdes dos rios.
As roupas de Oxumarê mostravam todas as cores, trazendo nas mãos os pingos frescos da chuva.
Oiya escolheu para vestir-se um sibilante vento e adornou os cabelos com raios que colheu da tempestade.
Xangô não fez por menos e cobriu-se com o trovão, com raios multicores espalhados pelo corpo.
Oxalá trazia o corpo envolto em fibras alvíssimas de algodão e a testa ostentando uma nobre pena vermelha de papagaio. E assim por diante.
Não houve quem não usasse toda a criatividade para apresentar-se ao grande pai com a roupa mais bonita. Nunca se vira antes tanta ostentação, tanta beleza, tanto luxo.
Cada orixá que chegava ao palácio de Olodumaré provocava um clamor de admiração, que se ouvia por todas as terras existentes.
Os orixás encantaram o mundo com suas vestes.
Menos Onilé.
Onilé não se preocupou em vestir-se bem.
Onilé não se interessou por nada.
Onilé não se mostrou para ninguém.
Onilé recolheu-se a uma funda cova que cavou no chão.
Quando todos os orixás haviam chegado, Olodumaré mandou que fossem acomodados confortavelmente, sentados em esteiras dispostas ao redor do trono.
Ele disse então à assembléia que todos eram bem-vindos.
Que todos os filhos haviam cumprido seu desejo e que estavam tão bonitos que ele não saberia escolher entre eles qual seria o mais vistoso e belo.
Tinha todas as riquezas do mundo para dar a eles, mas nem sabia como começar a distribuição.
Então Olodumaré disse que os próprios filhos, ao escolherem o que achavam o melhor da natureza, para com aquela riqueza se apresentar perante o pai, eles mesmos já tinham feito a divisão do mundo.
Então Iemanjá ficava com o mar, Oxum com o ouro e os rios.
A Oxóssi deu as matas e todos os seus bichos, reservando as folhas para Ossaim.
Deu a Iansã o raio e a Xangô o trovão.
Fez Oxalá dono de tudo que é  puro, de tudo que é o princípio: deu-lhe a criação. Destinou a Oxumarê o arco-íris e a chuva.
A Ogum deu o ferro e tudo o que se faz com ele, inclusive a guerra.
E assim por diante.
Deu a cada orixá um pedaço do mundo, uma parte da natureza, um governo particular.
Dividiu de acordo com o gosto de cada um.
E disse que a partir de então cada um seria o dono e governador daquela parte da natureza.
Assim, sempre que um humano tivesse alguma necessidade relacionada com uma daquelas partes da natureza, deveria pagar uma prenda ao orixá que a possuísse.
Pagaria em oferendas de comida, bebida ou outra coisa que fosse da predileção do orixá.
Os orixás, que tudo ouviram em silêncio, começaram a gritar e a dançar de alegria, fazendo um grande alarido na corte.
Olodumaré pediu silêncio, ainda não havia terminado.
Disse que faltava ainda a mais importante das atribuições.
Que era preciso dar a um dos filhos o governo da Terra, o mundo no qual os humanos viviam e onde produziam as comidas, bebidas e tudo o mais que deveriam ofertar aos orixás.
Disse que dava a Terra a quem se vestia da própria Terra. Quem seria? perguntavam-se todos?
"Onilé", respondeu Olodumaré.
"Onilé?" todos se espantaram.
Como, se ela nem sequer viera à grande reunião?
Nenhum dos presentes a vira até então.
Nenhum sequer notara sua ausência.
"Pois Onilé está entre nós", disse Olodumaré e mandou que todos olhassem no fundo da cova, onde se abrigava, vestida de terra, a discreta e recatada filha.
Ali estava Onilé, em sua roupa de terra.
Onilé, a que também foi chamada de Ilê, a Casa, o Planeta.
Olodumaré disse que cada um que habitava a Terra pagasse tributo a Onilé, pois ela era a Mãe de todos, o Abrigo, a Aasa.
A humanidade não sobreviveria sem Onilé.
Afinal, onde ficava cada uma das riquezas que Olodumaré partilhara com os orixás?
"Tudo está na Terra", disse Olodumaré.
"O mar e os rios, o ferro e o ouro, os animais e as plantas, tudo", continuou.
"Até mesmo o ar e o vento, a chuva e o arco-íris, tudo existe porque a Terra existe, assim como as coisas criadas para controlar os homens e os outros seres vivos que habitam o planeta, como a vida, a saúde, a doença e mesmo a morte".
Pois então, que cada um pagasse tributo a Onilé, foi a sentença final de Olodumaré.
Onilé, orixá da Terra, receberia mais presentes que os outros, pois deveria ter oferendas dos vivos e dos mortos, pois na Terra também repousam os corpos dos que já não vivem. Onilé, também chamada Aiê, a Terra, deveria ser referenciada sempre, para que o mundo dos humanos nunca fosse destruído.
Todos os presentes aplaudiram as palavras de Olodumaré.
Todos os orixás aclamaram Onilé.
Toda a  humanidade deve reverenciar  a mãe Terra.
E então Olodumaré retirou-se do mundo para sempre e deixou o governo de tudo por conta de seus filhos orixás.
Cultuada discretamente em terreiros antigos da Bahia e em candomblés africanizados, a Mãe Terra desperta curiosidade e interesse entre os seguidores dos orixás, sobretudo entre aqueles que compõem os seguimentos mais intelectualizados da religião.
Onilé é assentada num montículo de terra vermelha e acredita-se que guarda o planeta e tudo que há sobre ele, protegendo o mundo em que vivemos e possibilitando a própria vida.
Na África, também é chamada Aiê e Ilê, recebendo em sacrifício galinhas, caracóis e tartarugas (Abimbola, 1977: 111).
Onilé, isto é, a Terra, tem muitos inimigos que a exploram e podem destruí-la. Para muitos seguidores da religião dos orixás, interessados em recuperar a relação orixá-natureza, o culto de Onilé representaria, assim, a preocupação com a preservação da própria humanidade e de tudo que há em seu mundo.
Adaptado por Lokeni Ifatolà, com revisão de Ivonete Alves (texto original em: http://orixas.com.br/matrizafro/index.php?option=com_content&task=view&id=21&Itemid=50 )  

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Peça de inspiração Songie Kifwebe.

As peças míticas dessa etnia recebiam também uma parte em fibras vegetais. 

Variedades de peças de inspiração Fang. Lembra de Jornada nas estrelas?

Preste atenção na peça o centro. Não lembra um personagem de Jornada nas Estrelas?
Os chineses processaram os norte- americanos quando tentaram usar seus símbolos sagrados no cinema. Se as populações africanas fossem imputar processos a tantos usos das imagens míticas africanas, o mundo todo teria que se curvar ã riqueza cultural do continente.