quinta-feira, 21 de março de 2019


Descrição: C:\Users\ivonete\Desktop\AT WORDS E PASTAS\ADINKRA\2014-09-01 18.19.17.jpgDescrição: C:\Users\USUARIO\Desktop\FOTOS cerâmica etc\DSCN2482.JPG












O gesso é um material utilizando desde o Egito Antigo. Há uma peça da Rainha Nefertith em gesso, que foi mantida preservada até os dias atuais. Os traços negroides são facilmente perceptíveis nesta peça.
Descrição: C:\Users\ivonete\Desktop\AT WORDS E PASTAS\ADINKRA\2014-09-16 01.13.42.jpg





Descrição: C:\Users\USUARIO\Desktop\FOTOS cerâmica etc\DSCN2490.JPG
Cerâmica Ancestral – Aula 02
Na nossa primeira aula fizemos uma massa cerâmica, usando uma mistura de argila com alto teor de areia e uma massa cerâmica já pronta para modelagem. A mistura é ideal para queima em fogo de lenha, com testes já realizados.
Nesta segunda aula vamos trabalhar os moldes para fabricação de peças usando a massinha para modelar.
A sugestão é que façamos peças com adinkras.
Símbolos adinkras
           














             DUAFE – o pente ritual                                        SANKOFA – pés no presente, sem esquecer o passado, em direção ao futuro.


















A palavra adinkra,  significa "adeus" no idioma Twi, falado entre os akan. Conforme escreveu Nei Lopes para a professora Elisa Larkin, é possível ainda desmembrar a palavra em "di" e "nkra", ou seja, despedir-se do "kra" (alma), da maneira que fez o rei de Gyaman quando deixou seu legado.
Existem mais de 400 símbolos organizados. No Brasil uma boa fonte de pesquisa é o livro Adinkras: Sabedoria Africana, organizado pela Prof. Elisa Larkin Nascimento, com desenhos de Carlos Gá.

Técnica:
Modelagem com massinha para produção de forma em gesso






Modelar a peça com massinha para produzir a forma de gesso no formato do Sankofa, com tamanho entre 3 e 5 cm. Evitar fazer partes muito fininhas, pois no processo de produzir a peça em cerâmica, estas partes podem quebrar com facilidade. Então, as patas do Sankofa devem ser um pouco mais grossas, mesmo que depois, quando a peça estiver em ponto de couro, sejam afinadas.

Modelagem  da forma para produção da forma dos adinkras


Faça um círculo com um papelão firme, cerca de uns 4 cm maior que as laterais da forminha.
Corte um fundo de papelão um pouco maior que o diâmetro do círculo. Prenda bem com fita crepe.
Fixe a forma com fitas, evitando deixar espaço entre as partes. O leite de gesso pode vazar pelos espaços ao ser despejado na forma.

Base de gesso para modelar e ajudar na secagem da massa cerâmica


Além de ser excelente como forma, o uso do gesso ajuda a retirar a água da peça em massa cerâmica.

 Material para fazer o leite de gesso…
          água potável
          bacia  ou balde de plástico














          batedor (pode utilizar as mãos para homogeinizar)
          lixeira
          lugar para lavar ferramentas, mãos, etc.

1) A água usada para fazer gesso deve ser sempre limpa.
2) A bacia ou balde deve ser de plástico ou borracha, para facilitar a sua limpeza ( o gesso que sobra endurece no fundo da bacia, com uma pequena torção fará saltar fora o excedente).
3) O batedor poderá ser uma colher , garfo, espátula, etc., qualquer tipo de misturador de metal ou madeira.
Também pode ser limpo com uma pequena torção, raspado com uma espátula ou até batendo com martelo no gesso endurecido, caso o volume de material assim o exija.
4) O gesso deve ser o stucco (normal, usado na construção civil), de boa qualidade e recentemente fabricado.
As grandes lojas de materiais são o melhor lugar para comprar pela alta rotatividade de estoque. Quando comprado em sacos de 20 ou 40 quilos seu preço é mais acessível.
Não pode estar empedrado ou com embalagem úmida.
5) A espátula é muito útil para raspar os restos de gesso endurecido e as ferramentas
6) A lixeira é o recipiente para onde irão todas as sobras do material.
Obs: Nunca faça um novo gesso numa bacia que contenha restos de um gesso anterior.
Como fazer o gesso
 Colocar um pouco água limpa e na temperatura ambiente no fundo de um recipiente.
Sempre a água em primeiro lugar, depois o gesso.
 A seguir derramar na água (com a mão) o pó de gesso, como se estivesse peneirando, até formar uma ilha.
Deixe repousar por um ou dois minutos a fim de  o gesso absorva bem toda a água. Em seguida  misture com vigor com uma espátula (colher. garfo, etc…)
Quando a mistura estiver homogênea e sem caroços, o gesso estará pronto para ser usado.
Agora é preciso rapidez já tendo pronta a forma e o recipiente para fazer a forminha para a massa cerâmica.
 Por esta razão ( rapidez ) é que se trabalha sempre com pequenas porções.
É natural que o gesso aqueça durante o processo de endurecimento.

Usando as formas para produzir moldes para os adinkras

A peça a ser produzida nas formas de gesso deve ter o tamanho exato modelada em massinha. Caso a massinha esteja muito mole, misture com outra massinha um pouco mais firme. Alé do duage e do Sankofa vários formatos podem ser modelados, como os muiraquitãs, por exemplo.

Descrição: C:\Users\USUARIO\Desktop\FOTOS cerâmica etc\DSCN2476.JPG

Lembrar que estamos trabalhando com cultura afro-brasileira e os símbolos adinkras são importantes como modelo estético para o trabalho. As técnicas utilizadas foram pensadas par ao trabalho na escola também.

Descrição: C:\Users\USUARIO\Desktop\FOTOS cerâmica etc\DSCN2489.JPG


A história das Abayomis no Brasil



História das Abayomis no Mocambo APNs Nzinga Afrobrasil
Uma versão de Ivonete Alves

Dizem que em alguns navios negreiros (ou tumbeiros) eram transportadas “cargas especiais”, do tipo meninas de carnes roliças, mulheres para serem parideiras-amas-de-leite, e crianças pequenas para crias de dentro, uma espécie de bichinhos de estimação das crianças filhas de senhores de escravizados.
Para que revoltas não fossem organizadas dentro desses navios negreiros, os traficantes de escravos que serviam ao Brasil, habituaram-se em separar suas famílias originais e até mesmo pessoas dos mesmos grupos étnicos. Falando línguas diferentes (sem saberem as línguas de viagens, porque não eram comerciantes de rotas), alguns de grupos rivais até no campo de batalha no território africano; o laço apertado da escravização segurava alguns impulsos. As crianças pequenas choravam muito e as mulheres com as tetas vazando o leite precioso de suas crias, deixadas para morrer no solo africano (quando não havia ninguém interessado nas criancinhas pequenininhas, transformadas em pequenos pacotes de carnes macias para os felinos) também choravam desconsoladas, até que o choro das criancinhas pequenininhas traziam as mulheres de volta à vida, que seguia pulsando e em um gesto de consolo mútuo, as que traziam as capulanas sobre sua pele negra, rasgavam com os dentes fortes, tiras de suas vestes, e dando nós apertados faziam bonequinhas.
Estas bonecas de nós, com o corpo preto como ébano, são até hoje vestidas com tecidos coloridos, chegando aos nossos dias como abayomis, que em yorubá (não se sabe ao certo) significa “encontro precioso”.
As abayomis tornaram-se então, no Brasil, um símbolo de força e coragem, da arte que brota da dor para colorir, perdoar e encher de esperança o povo negro desse país.

 




Cada boneca destas constroe uma ponte com nosso passado ancestral.